Tenho andado assim pelas ruas na madrugada feroz
Onde o breu consome a alma e nos refugiamos dentro de
garrafas
Nossa respiração não passa de uma tragada vorás implorando para
que esta seja a ultima noite, mas nunca é...
Ao acordar pela manhã eu percebo que minhas mãos já não
tremem mais, não existe mais ressaca, mesmo com todos os excessos da madrugada
passada.
Não dói mais... nem quando eu escuto aquela velha canção que
lembra nos dois, não dói mais, na verdade acho que nunca doeu pelo “nos”, doeu
por eu ser egoísta e querer um amor só meu.
Não sou uma pessoa boa, nunca fui, mas sempre fiz de tudo
para que o que fosse “meu” sempre estivesse melhor do que eu...
Meus amigos, meus amores, minha família, meu trago... tudo
meu... até mesmo minha dor...
Hoje aqui nesse quarto com meio cigarro no cinzeiro, algumas
garrafas de Vodka já vazias jogadas no chão eu percebo...
Nada foi meu, nem mesmo a minha dor.
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