segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ébrio michê.


Bêbado noturno
Violeiro vagabundo
Ébrio malabarista
Desvia-se dos males desta pista de dança macabra 
que é a vida
Com uma coreografia alcoolizada
Embaraça-se dentre pernas alheias
Das mais belas senhoras da alta
Com a destreza do amante
Retira seu sustendo das carteiras
Solitárias destas senhoras
Que lhe aguardam de pernas descruzadas
Esperando que lhes defira
Uma ótima estocada

A arte da boêmia.


...Sinto-me desagradado em meio aos intelectuais
Prefiro deleitar-me no seio noturno
Nos amores carnais
Não vejo graça em conversas pomposas
Prefiro ir a um alcoice
Escutar alcoólicas prosas
Deixem pra lá esta moldura de requinte
Dancem com os vadios noturnos
Experimentem d’água ardente...

Um momento inominavel.


...Entre pela porta silenciosamente
Ela está deitada no sofá
Acarinhe seus cabelos cacheados suavemente
Ela ira retribuir
Não diga que a ama
Simplesmente olhe profundamente em seus olhos
Aproxime-se lentamente de sua face
Mas não a beije
Sinta sua respiração intensa
Mergulhe no labirinto de seus olhos castanhos
Sinta sua pele suave
Então deixe que se faça o amor...

domingo, 28 de novembro de 2010

Um brinde.


Brindemos aos nossos defeitos
Com um cigarro atravessado nos beiços
Uma garrafa de álcool que nos serve de leito
Vides nos meus olhos o tamanho desprezo
Pelas coloquiais palavras que vomitas
Pela superioridade que recitas
Pelo drink caro que ingeres
Pela tua sociedade que não me digere
Por fim leve em tua consciência
Que a tua malévola ciência vital
Transforma-te em um sóbrio e iludido ser humano dito normal
Veja tamanha ironia
Enquanto gritas tua falsa alegria
Eu ébrio sou feliz dentre as pernas de uma guria

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coisas que deveria ter dito.


Deveria ter dito que eu estava errado,
Que nunca conseguiria te esquecer,
Que tu fora uma pessoa muito importante em minha vida,
Que eu sentiria saudades,
Dos afagos,
Das tardes de domingo,
Que me desatino com o teu olhar,
Que quanto mais tento esquecer-te,
Mais difícil fica de fazê-lo,
Oh céus não sabes o quão é difícil manter-me calado,
Desculpe meu egoísmo, mas calei-me por um motivo,
O que eu mais queria era ver-te realizando teus sonhos
E sendo feliz,
Mesmo não sendo comigo...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A sala Vermelha


Adentro uma sala vermelha
Ali vejo uma cama gigantesca
Também vejo que ali esta deitada
Sedenta de prazer
Aproximo-me lentamente
Agarro-te pelos cabelos na área da nuca
Liquidifico palavras orgásticas em teu ouvido
Coloco-te de bruços
Para saberes qual o teu lugar
Penetro em teu ser
Sinto-te ofegante
O processo é lento porem ardoroso
Logo vejo que te desmanchas em puro gozo
Teu coração acelera
Um urro de prazer
Teu corpo amolece em meus braços
E com um sorriso de satisfação me pedes pra ficar na tua casa esta noite