terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ébrio.


Noites inteiras vagando, e na solidão adentro
E ela sorri e dança, enquanto lamento
Perco o sono e me embriago
Alcoolizado de perfume verbal
Eu tropeço em minhas palavras
Caio ao chão
Com os joelhos escoriados
E a alma dilacerada
Tento me levantar
Mas não consigo
Logo penso:
Por que reerguer esta carcaça pútrida da sarjeta?
Alcoólatra literário
Embriago-me com palavras
Fico a mercê do destino
Enquanto ali estou...

domingo, 29 de agosto de 2010

Ice Queen

Não a mais o que fazer
Seu coração já petrificou
Não sentes nada
Nem mesmo quando és realmente amada
Odeio ter que me afastar
Mas se nem mesmo eu que sou fogo
Consegui degelar teu coração
Quem sabe a solidão
Quem sabe, compartilhar deste mesmo sentimento
Tormento que me assola a alma
Assim poderias um dia saber o que é o sentir
Possivelmente se permitir...

terça-feira, 24 de agosto de 2010


Um ultimo acorde...
Um ultimo suspiro...
Então tudo vira cinzas...
Uma ultima noite...
Um ultimo beijo...
Então tudo vira lembranças...
Uma ultima vida...
Um resquício de alma...
E então, somente então...
Virá a compreensão.

domingo, 15 de agosto de 2010



Nem sei como me sinto...
Mas sei eu que pré-sinto...
Que tudo vai mudar...
Que algo vai causar...
Causar dor...
Prejudicar o amor...
Amor...
Amor inexistente pela falta de calor...
Pelo excesso de cor...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lembranças.

Como pode ser...
Algo tão antigo que nem o tempo se lembrara...
Como pode ainda existir...
Como não se lembrar das coisas simples da vida?
E como não se lembrar o quanto gostavas de complicá-las?
É engraçado e até estranho
Lembranças... 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O perigo do veneno que existe na alma
Do batom vermelho na boca da louca
Que desatina e acalma
Que embriaga e envenena
Que faz aumentar a emoção mais pequena
Que surge como fogo
Labaredas que dilaceram
Que me fazem pensar na vida
O quanto ela ficou menos sofrida
Depois que te conheci.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mulher Serpente.

Hoje acordei-me estranho
De repente várias coisas começaram a passar tumultuadas em minha mente
Fatos, atos, coisas que nem sei explicar
Mas algo ali naquele momento foi tomando forma
Um sentimento já conhecido por mim, mas que não me visitara há algum tempo
Buenas (diz logo ao chegar), como tem passado?
Não muito bem, até certo ponto eu achei que estava melhor, mas não
Na verdade só tinha reprimido lembranças e pensamentos
Eu sabia! (com uma mão no queixo andando de um lado para o outro.)
Por isso que eu voltei! (exclama com sua imagem turva.)
Sabes que não é bem assim que as coisas funcionam, como posso dizer meu caro “AMIGO”
Aquele sorriso sarcástico me irrita, me da vontade de diferir um murro em sua face, mas não o faço.
Fico inerte olhando para o nada só eu a criatura e os pensamentos.
Como agir em tal situação?
Onde a criatura parece ser mais forte que o criador, onde me encontro de mãos atadas sem lhe puder tirar à razão.
A criatura segue falando por horas me atormentando, me diminuindo, me confundindo tentando me levar ao chão.
Lentamente começo a sentir os efeitos de suas agressões psicológicas
Meu corpo está estático, nenhum movimento, a respiração lenta e pesada, nem os olhos se movem, pareço estar enfeitiçado pela criatura.
Em minha mente ela começa a tomar forma de serpente, inquieta sempre me diminuindo, me agredindo psicologicamente.
Tenho vontade de estrangulá-la neste momento, mas ainda sigo paralisado.
Tento desviar o pensamento, mas ela está em todo lugar!
O que devo fazer?
Ela se aproxima do meu ouvido, desta vez tomando forma de mulher, e começa a sussurrar coisas em meu ouvido.
Sexo sujo promiscuidades, ela não mais me agride.
Agora ela me quer, estou totalmente confuso.
Ela me rodeia, com os olhos de fogo ela me encara e se aproxima lentamente
Ela me quer, ela morde meu lábio inferior com leveza, se aproxima do meu pescoço e vai em direção a minha orelha, uma respiração intensa, então... 
Eu abro os olhos.