Observo as flores murcharem no vaso que está em minha escrivaninha
Pouco a pouco suas pétalas desbotam e caem ao chão
E com o quedar das pétalas as lembranças vão estilhaçando minh’alma em pequenos fragmentos os quais não tem como juntar sem ao menos cortar os dedos ou perder algum pedaço...
Pego um maço de cigarros na gaveta da escrivaninha, puxo um e o acendo...
Remoendo pequenas memórias e cortando os dedos ao tentar juntar os estilhaços d’alma sigo fumegando e observando as pétalas desbotadas e caídas...
Logo penso em abrir uma garrafa de conhaque que esta em meu barzinho na sala ao lado... não, não esta noite, hoje vou me manter sóbrio, sentir a dor de ser real...
Adentro a madrugada envolvido por sentimentos os quais não gostaria de estar sentindo...
Atormentado eu pego um café e tento esquecer...
Só então percebo que não lembro mais para quem eu comprei as flores que nunca enviei...