terça-feira, 31 de maio de 2011

Outono.


A visão é tão límpida através do vidro
E o silêncio é perturbador
Vejo as folhas caírem mais bonitas neste outono, pena que não as posso tocar
Não é tão difícil quanto parece
É questão de costume
Ficar sentado desolado, somente observando o quedar das folhas
A beleza da simplicidade e a efemeridade da mesma
As nuances desta estação
O cheiro do café amargo
Logo acendo um cigarro comum e permaneço no vazio do meu sótão...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

As flores que nunca enviei.


Observo as flores murcharem no vaso que está em minha escrivaninha
Pouco a pouco suas pétalas desbotam e caem ao chão
E com o quedar das pétalas as lembranças vão estilhaçando minh’alma em pequenos fragmentos os quais não tem como juntar sem ao menos cortar os dedos ou perder algum pedaço...
Pego um maço de cigarros na gaveta da escrivaninha, puxo um e o acendo...
Remoendo pequenas memórias e cortando os dedos ao tentar juntar os estilhaços d’alma sigo fumegando e observando as pétalas desbotadas e caídas...
Logo penso em abrir uma garrafa de conhaque que esta em meu barzinho na sala ao lado... não, não esta noite, hoje vou me manter sóbrio, sentir a dor de ser real...
Adentro a madrugada envolvido por sentimentos os quais não gostaria de estar sentindo...
Atormentado eu pego um café e tento esquecer...
Só então percebo que não lembro mais para quem eu comprei as flores que nunca enviei...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu como conhecedor...( I as knower...)


Ando assim meio... perdido
Tudo neste instante parece ser tão vago
Certezas me foram arrancadas do peito
Perdi a noção do que é real e do que é humano...
Não consigo seguir o fluxo
Não consigo ser como você é
Não consigo ser como você me vê...
Só sei ser eu...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um clichê de inverno...


Almejo por um amanhecer tranqüilo
Daqueles os quais a brisa bate em seu corpo e com ela leva todos os sentimentos ruins
Uma tarde de inverno sentado ao sol em um banco de praça lendo um bom livro
Dias assim é o que espero
Um entardecer no alto de um prédio abandonado vendo o sol se pôr
Ou uma roda de violão com os amigos mais próximos
E ao anoitecer um clichê
Vinho, lareira e uma boa companhia
Até chegar o adormecer...


terça-feira, 3 de maio de 2011

Adormecer.


Às vezes preciso adormecer para te ter junto a mim
Pois quando estou desperto tu estas tão fria, tão distante
O teu beijo tem gosto de anteontem
Teu abraço prescinde o calor
Tua alma desejável é inalcançável
Ao tentar chegar perto do teu peito eu desfaleço em frio
E só assim te posso ter junto a mim

Desatino.


Em desespero grito para quatro paredes ao meu redor
Os meus gritos ecoam e retornam a minha mente
E lá permanecem trancados por alguns instantes
Tomam formas, me atormentam...
Me silenciam...
Atormentado deito-me ao chão
Procuro pequenos estilhaços de sanidade
Em desatino escrevo a tua história em minh’alma...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O outro lado do amar...


Não consigo encontrar e nem ser encontrado...
Vago por vielas escuras achando estar abandonado...
Sei que o que falta é a chama no olhar
A paixão ardente, difícil de encontrar
Quero que me ouças, e que eu possa te acarinhar
Reciprocidade simplicidade...
Nuance amizade...
O outro lado do amar...

Onde estava escrito...


Chego no bar sento junto ao balcão
Peço uma caneta um papel e uma dose de vodca
E fico observando as pessoas
Ali eu vejo o amor desfalecer em segundos
O copo de vodca transborda magoas
As quais molham o papel e a caneta
E mancha o pedaço onde estava escrito
O teu nome...

Veneno.


Cansado de fugir sem rumo eu tomo uma dose
Enojado por este teu jeito arrogante eu peço outra dose
Observando os seus lábios eu me embriago
Quanto veneno não terá ali...
Será que é o suficiente...
O bastante pra me trazer a paz?

domingo, 1 de maio de 2011

Eu lamento...


Sim, não a razão enquanto disseres que é solidão
Palavras cruzadas jogadas contra tua face de vidro não querem dizer que te odeio
Só refletes o que te sinto, o que todos os homens te sentem...
Teu coração feito de espelhos já não sabe o que é sentir por si só
Não tens coragem de olhar em meus olhos
Mas eu consigo olhar em tuas múltiplas faces
E distinguir que és tu
És apenas uma guria, brincando com corações como se fossem soldadinhos em uma fileira
Cuidado, um dia irão quebrar o espelho
Ai então verão que és mais frágil que o próprio...
Eu lamento...