quarta-feira, 27 de julho de 2011

Velho conhecido.


Vi um homem que eu já conhecia...
Caminhando apressado, com um casaco de baixo do braço, tragando um cigarro.
Vi um homem que eu já conhecia...
Com uma expressão amargurada, com um olhar triste, não olhava para os lados.
Vi um homem que eu já conhecia...
Sentado em um banco de praça, relendo velhos livros, remoendo pequenos sentimentos.
Vi este homem que eu já conhecia em meu espelho enquanto eu fazia a barba...
E eu lhe pergunto: Por que esta tão triste assim?
E ele me deixa sem resposta...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Nosso segredo.


Poderia eu estar louco agora...
Fingimos não existir um para o outro
Somos assim, tão egoístas...
Nos amamos tanto que não falamos nem para nós mesmos...
É o nosso segredo...
Com o tempo e a distância preenchemos as lacunas com outras coisas, mas estas são tão frágeis que quando nos vemos tudo desmorona, comigo é assim, com você não é?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Exílio.


Eu poderia ter abandonado tudo, sem magoas ou arrependimentos... Cigarros, álcool e até mesmo jogos de azar como... o amor. Jogo este onde todas as apostas irão resultar em algum tipo de perda... amizades, família, amor próprio. Mas o que eu posso fazer, sou um alcoólatra, tabagista e um viciado em “jogos de azar”... Sou daqueles que joga temendo um dia tirar a sorte grande, é difícil ser um vencedor, a derrota é algo mais simples, mais fácil de aceitar, ela esta presente no meu dia-a-dia. Nada que um bom maço de cigarros e uma garrafa de whisky não façam eu me sentir mais confortável. Eu poderia abandonar tudo, sem magoas ou arrependimentos... As festas, os falsos amigos, as mulheres promiscuas que estão ali e só querem meu placebo... (Falso amor).  Jogaria tudo fora e cuspiria em cima, mas então o que eu teria? Nada, eu teria o nada e tudo que o acompanha... a loucura, o exílio, a salvação, a solidão...   

O escarro.


Assim como eu te amo eu escarro na tua face
Sou assim o amargo do doce
Não espere nada de mim
Paixão, tesão, compaixão
Não se impressione com o pior
Devoro-te aos pedaços
Da carne a alma
Teu intelecto, teu sexo
Arranco tuas mascaras e te exponho em frente a mil espelhos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O comentário.


Um instante é tudo que peço
Um instante... para observar tão sereno semblante
A tez pálida da morena
A silhueta magricela daquela pequena
Um belo dorso
Um lindo e comprido pescoço
Pernas finas e ancas com pouca carne
Sem muito alarde eu comento com o amigo ao lado:
“Mas que pedaço de mulher...”

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Incandescência.


Incandescente melodia que brota da alma
Outrora oprimida agora se espalha
Nos bares e botecos prostituida
Mesmo triste ela sorri
Caos delirante que em meu peito se aprochega
E eu como um copo que transborda
Atordôo-me e volto a mim em um instante
Me dissipo pelo ar como a fumaça de um cigarro
Como a música, como uma chama que nunca apaga...