sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aos meus velhos sapatos...


Respiro fundo... e lá vai mais uma dose de vodca...
Um trago de cigarro e logo sento na cama para tirar os calçados...
A cabeça pesada das lamentações noturnas, mas os pés aliviados...
Passo a mão no rosto e noto que a minha barba está grande, já faz alguns dias que não me olho no espelho... (não sou do tipo vaidoso.)
Penso em como poderia ter sido se as decisões fossem minhas... logo não vejo um futuro muito brilhante. Agradeço a Deus, se é que existe um, pelos meus erros cometidos, só assim posso entender um pouco desta tal humanidade. Não que “ele” seja responsável pelos meus erros, mas sim pela liberdade de escolha...
Minha mente está tumultuada, muitos sonhos, decepções, paixões e reflexões sobre tudo isso e o resto. Sou uma pessoa pensativa de mais, atribuo minha insônia ao fato de pensar de mais, e desnecessariamente pensar em tudo.
Acendo mais um cigarro e tento relaxar minha mente assim como relaxo meus pés, mas nem álcool, nem cigarro ajudam mais...
Preciso mudar o rumo o qual a situação esta tomando, mas será que existe um rumo que não te leve a autodestruição?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tabaco, whisky,amor e outras drogas.



E essa tosse que não passa já faz três semanas,
Fazem dois dias que eu escarro sangue,
Fazem dois anos que eu escarro textos...
Engulo whisky e fumaça de cigarro para ver se passa,
Não a tosse, mas a dor que sinto aqui dentro...
Então vivo nas noites, nos bares, nas esquinas...
Com violões, whiskys, putas puritanas e cigarros.
Mantenho-me sempre bêbado para suportar, não vocês, vocês são insuportáveis até para um bêbado como eu,bebo para suportar a solidão que me imponho... que me proponho...
Às vezes chego a desfalecer no tapete da sala, é horrível acordar de ressaca com o sol batendo na cara e tu ali vestido, amassado e com um pé descalço, mas não é sempre assim...
Eu queria uma dose de algo forte, algo forte o suficiente para me fazer parar por alguns instantes, mas o whisky barato que bebo e o tabaco que trago não me suprem, somente amenizam a situação.
Eu grito, garçom me traz a dose do “veneno” mais forte que tens ai, ele me responde: -Meu amigo o amor está em falta hoje.

domingo, 9 de outubro de 2011


Eu acordo sozinho
Escabelado com uma cara de ressaca
Meio whisky do lado da cama
cinzeiro já cheio
Tento lembrar da noite passada,
Flash’s de embriaguez e promiscuidade surgem em minha mente
Nunca me senti de tal maneira...
Eu tinha whisky, tinha mulheres e tinha sexo
E eu era o cara mais triste da noite.

Agressivo.


Beijo-te de maneira grosseira
Não me importo com a tua fragilidade
Quero te mostrar o quão sou cru
Meu amor é cru
Não tem enfeites
Quero te beijar nos beiços
Te mostrar que sou forte
Forte por te amar e não te falar

Reflexão.


...Estou sentado na cabeceira da mesa,
Imóvel eu me mantenho ali
Salgo o meu whisky enquanto vomito palavras sobre o papel
Vejo o quão sou idiota
Limitado e sentimental
Não me passa na goela a maneira como vivo
Como me acomodo,
Como sobrevivo
Tenho vontade de arrancar meus olhos todos os dias em frente ao espelho
Sinto nojo
Nojo de mim...
E tu, nunca te sentistes assim?

Eu choro
Choro com raiva de mim
Por ser assim deste meu jeito
Por pensar em ti e nunca em mim
Eu sou igual a uma criança te esperando sentado na escada
Eu sei que não subirei muitos degraus sem a tua mão
Eu tenho medo
Medo de tudo, até mesmo de mim...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Delírios noturnos.


Acabou-se a noite, não assim como uma noite deveria acabar, findou-se lentamente, talvez até mesmo trágica e com certo “Q” de poética...
 A situação não mudara há semanas, os copos vazios, os corpos vazios de tudo o que poderia haver para preencher... Os cigarros queimavam enquanto suas cinzas esvoaçavam pelo salão, a fumaça era tão densa que mal podíamos enxergar... Um bêbado sentado na escada, lamentando-se pela fuga de sua namorada com o seu “amigo”, “mais uma dose de gim para o meu camarada”, pede o musico que também estava ébrio, “com estas coisas de amor não se brinca”, diz o mesmo, veja eu, por exemplo, sou um bom pianista, mas não sei tocar em Clave de Fá (Exclama o musico)... A noite segue embalada por um jazz lento e chorado... e eu logo ali sentado em uma mesa degustando um conhaque bem encorpado, meu cigarro, e os delírios noturnos de minha pequena cidade... as noites por aqui são assim, inebriantes e monótonas.
Toda sexta-feira é um reflexo da segunda anterior... os mesmos rostos, as mesmas musicas, o pianista que não sabe tocar em Clave de Fá... o garoto que chora pela namorada que o abandonou... os cigarros, suas cinzas, a fumaça, os copos e corpos vazios...
Sinto-me nauseado com tudo isso, pego meu conhaque, meus cigarros, saio do bar e vou para a calçada em frente... logo me deito no meio da rua sob a garoa rala esperando um taxi ou alguém que me leve pra bem longe daqui.