Um vazio toma conta da minha sala, mesmo com os móveis, as pessoas de pernas cruzadas e a lareira acesa... Eu ainda sentia frio...
O copo de cerveja já está esquentando na minha mão, me levanto, procuro um maço de cigarros no bolso esquerdo da minha calça, quando noto que já havia fumado o ultimo, resolvo ir comprar.
Aviso aos demais que vou sair para comprar cigarros, me parece que ninguém se importou com a minha saída...
Pelo caminho vejo a noite turva da minha pequena cidade, alguns viciados pelas esquinas e algumas mulheres que se ofereciam para qualquer carro que passava,
Finalmente chego a um bar para comprar meu vicio...
Logo vejo no balcão alguns bêbados que sempre estavam ali, me dirijo em direção do mesmo e falo com o barman:
-Oi cara!
-Oi, o que seria pra ti?
-Um maço de cigarros e uma dose de vodca!
-Só um minutinho que eu já te trago...
Ali eu espero alguns instantes escuto um som agradável, era um blues que tocava em um velho jukebox... Penso se deveria voltar para meu lar onde tinham pessoas que pareciam não se importar...
-Amigo aqui está...
-Amigo hey amigo tu estás bem?
-Ah desculpa eu estava pensando aqui...
-Sem problemas, muitas pessoas vêm aqui para pensar.
-Muito obrigado!
-De nada.
Bebo minha vodca em um gole só, pego meu maço de cigarros, pago o barman e saio para rua ainda pensando se volto para casa ou fico no bar...
Acendo um cigarro e começo a perambular, encontro outro bar, um desses que não vendem somente doses e sim garrafas... Compro uma garrafa de vodca e procuro um local para sentar e refletir (há esta hora já não lembrava mais que tinha visitas em casa.) logo chego a uma praça e avisto um banco...
Ali me sento abro a minha vodca, percebo que estou tão só quanto quando eu estava em meu lar...
Só que é diferente esta solidão é diferente...
Perdido em meus pensamentos eu percebo que as pessoas que eu mais gostara afastaram-se de mim e as que mais me queriam bem eu afastava...
Já ébrio volto para casa que continuava vazia apesar das pessoas que ali estavam, peço para que todos vão embora, termino minha garrafa de vodca sento-me na poltrona em frente à lareira, me pego em um momento de tristeza e agonia pelo fato de não entender o que ocorrera comigo...
Já sem forças para prosseguir a noite deixo a garrafa de vodca cair ao chão, o cigarro queima dentre meus dedos enquanto eu sem esperanças desfaleço naquela velha poltrona com lagrimas nos olhos.
Então somos somente eu, os estilhaços da garrafa, meus dedos queimados de cigarro e a sala que sempre esteve vazia e fria...
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